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Resumo
Sabe-se que indivíduos amputados de membro inferior podem apresentar alterações da postura correta do tronco, alterando seu centro gravitacional e, por conseguinte o equilíbrio estático. Para o tratamento da reeducação do equilíbrio estático em pacientes amputados é primordial a avaliação da base de sustentação do corpo. O presente trabalho teve como finalidade, avaliar, quantificar e comparar o arco plantar em indivíduos amputados transtibiais e transfemurais unilaterais através do protocolo de Williams e McClay (2001). Foram avaliados 23 indivíduos, com idade média 33,17anos (DP 14,42 anos), sendo 12 amputados transtibiais e 11 transfemorais, de ambos os sexos, sendo 16 homens e 7 mulheres, protetizados com tempo médio de 26,36 (DP 26,21) meses de amputação.
Os resultados mostraram que 57% dos indivíduos apresentaram pé cavo, 43% pé normal e nenhum pé plano. Duarte (2004) constatou em seu trabalho que amputados de membros inferiores apresentam uma oscilação do equilíbrio estático para o lado do membro amputado. De acordo com os nossos resultados, foi encontrado 57% dos indivíduos amputados de membros inferiores apresentando pés cavos, sendo o grupo transtibial o que obteve maior resultado. Tais resultados podem ser facilmente explicados quando nos reportamos a Geurts e Mulder(1994), que em seus relatos afirmou que amputados quando adaptam posição estática geram maior velocidade do centro de pressão em baixo do membro não amputado. Os resultados também podem ser explicados por Isakov et al(1992), que ao compararem equilíbrio e descarga de peso entre indivíduos amputados transtibiais com indivíduos não-amputados, verificaram aumento das oscilações para o membro não amputado. Estes autores possibilitam uma nova explicação acerca do desequilíbrio ao afirmarem que em amputados ocorre uma perda da informação proprioceptiva da pele, tecido subcutâneo, cápsula articular, ligamentos, tendões e músculos como resultado da perda parcial de um membro. Vários métodos são utilizados para quantificação da altura do arco plantar longitudinal que podem gerar controvérsias acerca da classificação dos mesmos. Giladi et al(1985), classifica os tipos de pés baseando-se na avaliação visual, isto é, observação. Neste estudo, empregou-se um método de quantificação direta, baseado num protocolo descrito na literatura de confiabilidade e validade testadas. Outros autores tiveram a mesma impressão favorável do protocolo de Williams e McClay(2001), que aparece como método de escolha em trabalhos ligados a avaliação do arco plantar em Baraúna, Duarte e cols(2005). Isto mostra que o presente trabalho vem contribuir para uma melhor análise e compreensão acerca da avaliação do arco plantar, principalmente em amputados de membros inferiores.
A partir desses resultados foi concluído que indivíduos amputados protetizados apresentam maior tendência a possuírem pés cavos devido à alteração do centro de gravidade para o membro contra-lateral a amputação. |